No âmbito das políticas de reconstrução e desenvolvimento da República de Angola, a Reforma do Sector da Educação assume uma importância crucial, constituindo um vector estratégico no combate à pobreza e ao analfabetismo, na promoção da saúde, na redução das desigualdades sociais e de género, na recuperação socioeconómica, na consolidação de uma sociedade democrática e de direito.
A Estratégia
Integrada Para a Melhoria do Sistema da Educação aprovada pelo Conselho de
Ministros em Setembro de 2001, de entre outros assuntos, recomendou a aprovação
da Lei de Base do Sistema Nacional de Educação, a conclusão do processo
preparatório da Reforma Educativa e a sua implementação a partir do ano lectivo
de 2003.
Com a aprovação
da Lei de Bases do Sistema de Educação (LBSE), Lei 13/01 de 31 de Dezembro, o
país passou a viver uma etapa de transição do Antigo Modelo de Sistema de
Educação (AMSE) implementado a partir de 1978, para o Novo Modelo de Sistema de
Educação (NMSE).
A Reforma de 1978
que pôs fim ao Sistema de Educação do período colonial, difere da Reforma
Educativa em curso, pois esta obedece a uma estratégia de implementação faseada
onde os currículos (planos de estudos, perfis de saída, programas, manuais
escolares e sistemas de avaliação das aprendizagens) são testados em escolas
(primárias, secundárias e de formação de professores) seleccionadas pelas
Direcções Provinciais da Educação para realizar a Experimentação, a Avaliação e
só depois a Generalização. Como é evidente, escolas e professores tiveram que
reunir os critérios previamente definidos pelo Ministério da Educação.
Por outro lado,
na Reforma actual, a coexistência dos dois modelos de Sistemas de Educação (o
antigo e o novo) será mais longa, o que resultará numa transição mais
acautelada, particularmente para o processo de ensino e aprendizagem.
No cômputo geral
e pela natureza das actividades enquadradas no âmbito da Reforma Educativa,
podem ser distinguidas três etapas:
1.
Etapa
de diagnóstico do antigo modelo de Sistema de Educação (Março/Junho de 1986);
2.
Etapa
de concepção do novo modelo de Sistema de Educação (1986-2001);
3.
Etapa
de implementação do novo modelo de Sistema de Educação (2002-2012). Esta
etapa comporta cinco fases a saber:
· Fase de Preparação (2002-2012):
elaboração, reprodução e distribuição de novos currículos; formação do pessoal
docente; reabilitação e construção de infra-estruturas escolares; dotação às
escolas de material didáctico. Na realidade, o desenho dos planos de estudo e
perfis de saída tiveram início em 1994-95 e, posteriormente, a elaboração de
programas e manuais para o Ensino Primário, o Ensino Secundário e a Formação de
Professores.
· Fase de Experimentação (2004-2010):
aplicação dos novos currículos em regime experimental nas escolas seleccionadas
e em número reduzido de turmas
· Fase de Avaliação e Correcção
(2005-2010): recolha de sugestões das direcções das escolas e dos professores
experimentadores sobre os currículos a serem testados.
· Fase de Generalização (2006-2011): como o
próprio nome indica, aplicação dos novos currículos, em todo o território
nacional, introduzindo-os progressivamente uma classe após outra em cada ano,
num processo cuja duração é de seis anos.
· Fase de Avaliação Global ( 2012):
realização de uma avaliação ao Sistema de Educação que compreenderá os
currículos, o processo de ensino/aprendizagem, corpo docente e discente,
administração e gestão e recursos materiais.
Fonte: Relátorio da fase de experimentação do Ensino Primário e do 1º Ciclo do Ensino Secundário
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