A profissão de professor é uma das mais antigas que existe. Há 25 séculos, o filósofo grego Sócrates foi professor de Platão. Sócrates não ensinava numa escola, mas em locais públicos, como praças e ginásios. Ele conversava com as pessoas, fazendo perguntas e provocando seus discípulos, o que os obrigava a pensar.
Em 355 a.C., Aristóteles fundou uma escola próxima ao templo de Apolo Lício, de onde recebeu seu nome: Liceu. A escola se tornaria a rival e ao mesmo tempo a verdadeira herdeira da Academia platónica.
Entre os espartanos, a educação começava aos sete anos de idade e se preocupava com o aprimoramento das habilidades físicas do indivíduo. A dura rotina de treinos físicos era mantida com o objetivo de fazer com que os homens estivessem prontos para a guerra e as mulheres aptas para gerar crianças saudáveis. Além disso, cada criança era mantida por um tutor que desempenhava a função por vínculo de amizade e sem ganhar nada em troca.
Em Atenas, o serviço era feito mediante uma cobrança e cada tipo de conhecimento era delegado a um tipo de tutor ou professor. Preocupados com o equilíbrio entre corpo e mente, a educação ateniense contou com três tipos básicos de profissionais do ensino: os páidotribés, que cuidavam do desenvolvimento intelectual; os grammatistés, responsáveis pelo repasse da escrita e da leitura; e os kitharistés, que cuidavam do aprimoramento físico.
Na Roma Antiga, o papel de educar foi desempenhado pelos retores, que – assim como os sofistas gregos – circulavam pelas cidades ensinando o que sabiam em troca de alguma compensação financeira. Além disso, podemos citar a presença dos lud magister, que desempenhavam a função de alfabetizar as crianças que não tinham uma condição material mais abastada.
No período medieval, o mundo do conhecimento passou a ter um nítido controle das instituições religiosas cristãs. Inicialmente, o conhecimento ali presente ficava somente restrito aos próprios membros e aspirantes da Igreja. Na Baixa Idade Média, tal situação mudou com a constituição das primeiras universidades. Até o século XIX, nenhum curso era elaborado com o objetivo de se formar professores.
A história da profissão professor em Portugal é dividida em sete diferentes
partes: A educação pelas ordens religiosas desde a fundação do reino de Portugal; As
reformas Pombalinas de 1759 e 1772; Início do séc. XIX com as Escolas Normais; A
criação em Lisboa da Escola Normal Primária de Marvila em 1862; A reforma de
Jaime Moniz em 1894-95 (aplicada somente em 1901/02); O Estado Novo; e A
revolução de Abril, nas décadas de 70 e 80.
Como podemos perceber, estas sete fases da evolução da profissão serão
claramente influenciadas pelas alterações de políticas e mudanças de conceito de
sociedade. No entanto não podemos descorar as influências contrárias – as dos
professores na sociedade - que embora na sua maioria fosse em surdina, foram
importantes para a evolução da profissão e do seu estatuto.
A formação de professores primários inicia-se somente em 1862 com o
aparecimento das Escolas Normais de Lisboa. Uma destas, a escola de Marvila,
exclusivamente para o género masculino, funcionava em regime de internato, onde
para além do ensino da agricultura eram ministradas aulas de pedagogia com o intuito
de profissionalizar a carreira de docente. Os professores saídos de Marvila tinham um
perfil claramente definido, oscilando entre vocação e sacerdócio.
Os professores dos Liceus eram recrutados nos dois sistemas de ensino. Nas
disciplinas técnicas contratavam-se através de concursos de prova pública, os mestres das profissões, e para as disciplinas eruditas os professores das escolas régias e professores idóneos” da escola normal. Este sistema manteve-se até ao início do séc.
XX.
No Brasil
Foi em 1549 que surgiu a primeira escola do Brasil, em Salvador, fundada por grupo de jesuítas. Foi este mesmo grupo que fundou também a segunda escola brasileira, em 1554, em São Paulo --a data marca também a fundação da cidade. Na cartilha do professor constava ensinar a ler, escrever, fazer cálculos de matemática e aprender a doutrina católica.
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